sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Uma lei apenas


Tens uma condição de sem-abrigo
Imposta a ti pela sociedade
Que não te quer dar um ombro amigo,
Mas não é condição de humanidade?

Por muito poucos que ainda sejamos
Tentamos mudar um pouco do mundo,
Assim não somos todos que ajudamos
A sociedade a ir mais para o fundo.

Aprendi que Deus só tem uma lei,
Mas que é a mais difícil de cumprir,
Mas é por essa que me regerei

Para sempre bem eu poder dormir.
Cumpri vós esta regra com fulgor.
É muito simples! Chama-se Amor.





Ricardo Matos

Merecida Homenagem


É com fulgor e de forma perversa
Com que a todos nós se mostra e age
Já daquele tempo era esta conversa
Do nosso eterno poeta Bocage.

Era com sentimento e de amor
Com que se faziam suas canções.
Foi, é e será grande este Senhor
Que em tempos foi chamado de Camões.

Também por nós ele fez coisa boa,
Abriu olhos também a muita gente
Que se quer dono do nosso país.

Oiçam bem o que esta alma diz
Pois sabia o que tinha em mente,
Falo do nosso Fernando Pessoa.




Ricardo Matos

Enfim


Sim, tu quiseste tudo acabar.
Eu facilitei no que me pediste.
Sim, minha amiga quiseste ficar
E até isso tu me conseguiste.

Que mais é que eu te podia fazer?
Não me fizeste uma proposta justa.
Vês o que me tens vindo a dizer?
É tudo aquilo quanto mais me custa.

Não entendo o que afinal me queres.
Diz-me a saber com o que contar.
Já estou farto desta indefinição.

Já nem sei se tenho o coração
Disponível para quem quer sondar,
Digo que era teu! Só para saberes.




Ricardo Matos

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Telepatia


Nem sempre a telepatia
Inibe o contratempo
E a simpatia
Também causa desalento.

Mas o que tudo cura
É o nosso amigo tempo,
Que não há mal que sempre dura,
Vai e vem como o vento!

Mas aqui estou eu
Para me redimir
No que a mim me toca

E ter cuidado com a boca
Que pode mal traduzir
Tudo o que aconteceu.




Ricardo Matos

Com Abrigo


Sem abrigo de tecto,
Mas com abrigo no coração,
Procuramos dar também afecto
E não só alimentação.

Desengane-se quem pensa
Que é muito mais que vós
Pois não sabe a recompensa
De ouvir sabedoria na vossa voz.

Muito não podemos dar,
Mas temos um objectivo,
Queremos estar presentes

Pois muitos a vós estão ausentes
E é de qualquer ser vivo
O dever de ser amado e amar!




Ricardo Matos

Porto


Ao entrar em ti cidade
Não sei o que sinto quando te vejo.
Quero sair, mas tenho Saudades,
Pois vejo em ti tudo o que almejo.

Orgulhoso me vou dizer
Em cada canto que do mundo pisar
Pois de mim soubeste fazer
Um portoense que te sabe amar.

Mereces ser falada
Pois boa gente tu criaste,
Mas só te sabem injustiçar.

Desculpa-me se te deixar,
Pensa que traída não ficaste,
Porque lutarei para que sejas elevada!




Ricardo Matos

Fado


Quando nós nada temos
E tudo nos querem dar
Desconfiados, não sabemos,
Se devemos aceitar.

O “tudo dar” não tem de ser
Apenas bem material.
O que eu quero dizer
É também sentimental!

É de amizade que falo,
De atenção que podes dar.
Ou então só queres saber

Como a vida me está a correr
Por a tua não te ocupar ...
É assim, é o meu fado!




Ricardo Matos

sábado, 13 de novembro de 2010

O Poeta


O poeta chora e sente
O que outros sentem, porque choram.
O poeta transmite e não mente
O que outros odeiam ou adoram.

O poeta não se limita a si,
Nem ao tempo em que habita
Este mundo, mas também em ti
E em passado ou futuro abilita.

O poeta chora versos,
Canta estrofes,
Ama poemas,

Transmite problemas,
Amores fracos e fortes,
Conceitos perversos.



Ricardo Matos

Doi ou não doi?


Sabes se doi ou não
Doi, esta ferida que se abre.
Dor física ou de coração,
Qual delas é a mais grave?

A física doi e passa
No coração não doi e doi,
Mas não passa e trespassa
O coração que se corroi.

Coração é psicológico,
Essa mágoa que se deixa,
Essa dor que não doi, mas doi,

Essa revolta que se constroi
E não aparenta dor para queixa
E não é óbvio ou lógico ...




Ricardo Matos

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O que sinto


É com raiva que te amo!
Amo-te com paixão!
Este amor que é ufano
E que irrompe do meu coração!

Mas a raiva que sinto,
Não é só de amor, não.
Digo-te isto pois não minto,
Desiludiste a minha ilusão!

Mas eu sei desculpar,
É minha virtude e/ou defeito.
É como flechas este amor

Que impõe um grande ardor
E sofrimento no meu peito
Por a ti ... te amar!



Ricardo Matos

terça-feira, 9 de novembro de 2010

A Caminhada


"Nessa mata ninguém mata
a pata que vive ali,
com duas patas de pata,
pata acolá, pata aqui.

Pata que gosta de matas
visita as matas vizinhas,
com as suas duas patas
seguidas de dez patinhas.

E cada patinha tem,
como a pata lá da mata,
duas patinhas também
que são patinhas de pata."



Sidónio Muralha



PS: Também para as crianças ... não somos afinal todos um pouco?!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Caminhos


São certas as armadilhas
Que pela vida vais apanhar
Desengana-te porque sarilhos
No teu percurso irás encontrar.

Há momentos maus e bons
Pois de tudo a vida tem.
Vês os dias em vários tons
Com satisfação ou com desdém.

A tua vida és tu quem a faz?
Vai tentando e logo vê se resulta.
De tudo podes observar,

Mas tenta o teu caminho continuar
E tenta que seja uma conquista
Pois termina quando o homem jaz.




Ricardo Matos