segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Camões...


Camões,
"quis Deus que fosse o meu nome."
Camões,
"acho-lhe um jeito engraçado,
bem nosso e popular
quando oiço alguém gritar:"
Camões, escreve-me um fado!

Camões,
"essa palavra ensinou-me,"
Camões,
"tu tens na vida que amar.
São ordens do Senhor,"
Camões "sem amor
não liga, tens de gostar.
E como até morrer
amar é padecer,"
Camões "chora a" escrever.

Camões,
"disse-me alguém com ternura,"
Camões,
"da mais bonita maneira!
E eu todo coração,
julguei ouvir então"
Camões, "pela vez primeira!"

Camões,
"tu andas agora à procura,"
Camões,
"daquele amor, mas sem fé!
Alguém já to tirou
alguém o encontrou
na rua, com o outro ao pé.
E a quem lhe fala em mim,
já só responde assim:"
- Camões? "Não sei quem é!"


Ricardo Matos



Este poema é adaptado da grande diva do fado, Amália Rodrigues. No entanto, a meu ver, Camões foi também um amante e sonhador, logo, tudo liga, tudo faz sentido.

domingo, 28 de setembro de 2008

A Saudade avassaladora


Estive bastante tempo sem aqui aparecer, sem vir aqui escrever! O último dos meus poemas foi em Julho, não postei nada em Agosto e aqui estou no final de Setembro! Mas não escrevo em poesia, desta vez estou a escrever em prosa! Não sei bem dizer-vos o que sinto, estou um pouco perdido!

Aconteceram-me muitas coisas muito boas este ano, mas por vezes sinto-me um pouco só nas minhas decisões, sinto-me um pouco desamparado, longe de tudo!
Neste momento há algo que está a abater-se sobre mim, algo que por vezes é bom quando sabemos que é por pouco tempo, mas que é mau e bastante penoso quando se prolonga durante dias, semanas, meses ...

Pensei estar "curado" se assim podemos chamar, mas ficou muita coisa cá dentro e não consigo expulsar isso, algo que me põe em baixo, me deixa cansado e até, meus amigos, me tira a inspiração!
É algo que foi retratado num poema já postado por mim há bastante tempo e que vou tornar a fazê-lo.

A saudade é pesada no meu caso, já provei de ambas e neste momento é a que tem o gosto mais amargo! Por quanto tempo? Gostaria eu também de saber! Se me souberem dar a resposta agradeço que o façam! Antes de postar o poema anterior quero agradecer a todos aqueles que têm estado ao meu lado e que me vão aturando.

Obrigado.



Saudade de ti

Ouvi...
De seguida chorei!
Choro saudoso porque senti
que aquilo que ouvi
foi de sonho quando me deitei!
Sorrio...

Foi bom
porque ouvi a tua voz...
Com leve som
de suave tom
que me faz lembrar-vos,
ó dona de meu coração!

Ouço...
De seguida choro!
Choro saudoso porque sinto
que aquilo que ouço
é de pensamento e coro!
Sorrio...


Ricardo Matos





domingo, 6 de julho de 2008

Com Camões


Será amor

“Fogo que arde sem se ver,

Ferida que dói e não se sente,

Um contentamento descontente”?


É fogo que arde em largas chamas,

Ferida que dói a bom sentir

Um contentamento por quem amas,

Mas que o coração te pode partir.


É ouvir o que outros dizem

Que te pode magoar

E que outros te pisem

Sem para trás olhar.


Dizias tu amigo Camões

Estas belas palavras de amor

Mas por vezes são camiões

Que te atropelam e causam dor.


Ricardo Matos



Este é um poema que há muito devia cá estar mas que andava perdido e me veio novamente à memória.

Eu sei que termina com alguma indeterminação ou indefinição, mas digamos que pode ser acabado consoante o que o amor fez a qualquer um!

Desafio-vos a terminarem-no.

domingo, 18 de maio de 2008

Pecado


É o que só sabemos fazer,

A cada passo vem o pecado

E logo vão dizer

Que é algo do diabo!


Vai de retro Satanás!

Não aflijas nossas almas!

Esse que tudo para o mundo traz

Para banir as suas calmas!


Guerras atiças

Armas levantas

O chão com sangue salpicas

E homens espancas!


És o ódio puro,

A traição obscena

És tudo o que há de duro

E não tens de ninguém pena!



Ricardo Matos



Eu sei que estive muito tempo sem escrever mas ando com alguma falta de tempo e de inspiração!

Espero que tenham gostado!

domingo, 13 de abril de 2008

O Jogo de Xadrez


"Ouvi contar que outrora, quando a Pérsia
Tinha não sei qual guerra,
Quando a invasão ardia na Cidade
E as mulheres gritavam,
Dois jogadores de xadrez jogavam
O seu jogo contínuo.




À sombra de ampla árvore fitavam
O tabuleiro antigo,
E, ao lado de cada um, esperando os seus
Momentos mais folgados,
Quando havia movido a pedra, e agora
Esperava o adversário.
Um púcaro com vinho refrescava
Sobriamente a sua sede.




Ardiam casas, saqueadas eram
As arcas e as paredes,
Violadas, as mulheres eram postas
Contra os muros caídos,
Traspassadas de lanças, as crianças
Eram sangue nas ruas...
Mas onde estavam, perto da cidade,
E longe do seu ruído,
Os jogadores de xadrez jogavam
O jogo de xadrez.




Inda que nas mensagens do ermo vento
Lhes viessem os gritos,
E, ao refletir, soubessem desde a alma
Que por certo as mulheres
E as tenras filhas violadas eram
Nessa distância próxima,
Inda que, no momento que o pensavam,
Uma sombra ligeira
Lhes passasse na fronte alheada e vaga,
Breve seus olhos calmos
Volviam sua atenta confiança
Ao tabuleiro velho.




Quando o rei de marfim está em perigo,
Que importa a carne e o osso
Das irmãs e das mães e das crianças?
Quando a torre não cobre
A retirada da rainha branca,
O saque pouco importa.
E quando a mão confiada leva o xeque
Ao rei do adversário,
Pouco pesa na alma que lá longe
Estejam morrendo filhos.




Mesmo que, de repente, sobre o muro
Surja a sanhuda face
Dum guerreiro invasor, e breve deva
Em sangue ali cair
O jogador solene de xadrez,
O momento antes desse
(É ainda dado ao cálculo dum lance
Pra a efeito horas depois)
É ainda entregue ao jogo predileto
Dos grandes indif'rentes.




Caiam cidades, sofram povos, cesse
A liberdade e a vida.
Os haveres tranqüilos e avitos
Ardem e que se arranquem,
Mas quando a guerra os jogos interrompa,
Esteja o rei sem xeque,
E o de marfim peão mais avançado
Pronto a comprar a torre.




Meus irmãos em amarmos Epicuro
E o entendermos mais
De acordo com nós-próprios que com ele,
Aprendamos na história
Dos calmos jogadores de xadrez
Como passar a vida.




Tudo o que é sério pouco nos importe,
O grave pouco pese,
O natural impulso dos instintos
Que ceda ao inútil gozo
(Sob a sombra tranqüila do arvoredo)
De jogar um bom jogo.




O que levamos desta vida inútil
Tanto vale se é
A glória, a fama, o amor, a ciência, a vida,
Como se fosse apenas
A memória de um jogo bem jogado
E uma partida ganha
A um jogador melhor.
A glória pesa como um fardo rico,
A fama como a febre,
O amor cansa, porque é a sério e busca,
A ciência nunca encontra,
E a vida passa e dói porque o conhece...
O jogo do xadrez
Prende a alma toda, mas, perdido, pouco
Pesa, pois não é nada.




Ah! sob as sombras que sem qu'rer nos amam,
Com um púcaro de vinho
Ao lado, e atentos só à inútil faina
Do jogo do xadrez
Mesmo que o jogo seja apenas sonho
E não haja parceiro,
Imitemos os persas desta história,
E, enquanto lá fora,
Ou perto ou longe, a guerra e a pátria e a vida
Chamam por nós, deixemos
Que em vão nos chamem, cada um de nós
Sob as sombras amigas
Sonhando, ele os parceiros, e o xadrez
A sua indiferença."






Este é um Poema de Ricardo Reis!




Vem na sequência do Post anterior!




É como um jogo de xadrez que os grandes políticos americanos encararam a guerra do Iraque?!


É como um Jogo de Xadrez que os Americanos encararam a Guerra do Golfo?!




É como um Jogo de Xadrez que os Alemães encararam o Holocausto?!






Pensem todos nisto por favor ...

"A Cada Não Que Dizes"




A Rami al-Dura, de 12 anos, morto em 2000 pelas balas do ódio na Faixa de Gaza.


(Pedro Abrunhosa | Pedro Abrunhosa)


"Lento,
Eu vi morrer o tempo,
Morto por fora e por dentro,
Como um pai enganado,
Um filho roubado,
Uma mão de soldado, um pecado,
Um cálice, um príncipe,
E num salto de lince,
Um fim que está perto,
Um quarto deserto,
Dois tiros no escuro, um peito feito no muro
E o rosto já frio, o som da morte no cio,
O passo a compasso
Das botas cardadas,
Espadas à espera,
O gume,
O lume da fera.
E ninguém percebeu que o mundo inteiro sou eu.


Longe,
Um mar que se rasga e me foge,
Uma dor que, por mais que se aloje, não vale o aço da bala
Coração que me embala, que estala, que empala no medo,
Um dédalo, um dedo,
Um gatilho já preso,
Um rastilho aceso, um fogo às cores pelo céu,
Desenhos loucos no breu,
Pintura pura a canhão,
Talvez vinte homens não cheguem,
Talvez aqueles me levem,
Talvez os outros se lembrem,
Que são homens como os que fogem
E nenhum Deus é maior,
Num ódio feito de dor,
E ninguém reparou que o mundo inteiro parou.


A cada não que dizes,
Abre-se um lugar no céu.
A cada não que dizes,
Abre-se um lugar no céu.


Fracos,
Como farrapos na cama,
Orgulho feito de lama, e o verbo ser a partir.
Palavras presas na alma, ruas de vento e vivalma,
Um límpido tiro, um suspenso suspiro,
Pietá nas notícias,
Gravatas impunes negando as sevícias
Vozes de ferro, de fogo, de fome, de fuga, de facas,
E as rugas pobres, já fracas,
Um poço morto de sede,
Grafftis numa parede,
E ninguém percebeu, que o mundo inteiro sou eu.


Outros,
Loucos, perdidos, sentidos certeiros,
Crianças feitas guerreiros,
A quem foi roubado o perdão,
Dois braços cheios de pão,
Napalm, na palma da mão,
Um fósforo fátuo,
Nos jornais o retrato
De um estilhaço, um abraço,
Um pedaço de espaço
De uma pátria sem chão.
Uma pétala pródiga, um remorso confesso,
Talvez a dor no regresso,
Talvez um dia o inverso,
Mas isso já eu não peço,
O mundo inteiro a fugir,
O mundo inteiro a pedir.
Que se oiça alto o teu Não.


A cada não que dizes,
Abre-se um lugar no céu.
A cada não que dizes,
Abre-se um lugar no céu.


Outros,
Fracos,
Longe,
Lento.

Não"




Este é o primeiro post que não tem um poema de minha autoria! Já há muito tempo que ando a pensar postar esta música pois ela realmente retrata a frieza de muitos homens de "h" muito muito muito pequeno que são cobardes!

Esse são aqueles que "Talvez (...)" não "se lembrem, Que são homens como os que fogem"

Enfim!

Que mais haverá para dizer?!

Acho que esta música e o presente vídeo retratam tudo!

quinta-feira, 20 de março de 2008

Desinspirado


Sinto-me desinspirado …

Sem saber o que escrever!

Um pouco desorientado

Sem saber o que fazer!


Assim vive o mundo

Dia após dia, todo o ano!

Com um negro panorama de fundo

Abalando qualquer ser humano!


Já não sinto harmonia,

Já não sinto compaixão …

Já não sinto alegria,

Já não sinto coração!


Serei eu que estou mal?

Serei eu que estou errado?

Serei eu muito formal?

Serei eu o enganado?


É frio o homem

Que hoje o planeta habita!

Tudo e todos o temem,

Mas qualquer dia ele o desabita.


Vamos mudar este modo de estar

E poder ficar bem com o mundo!

Vamo-nos então inspirar

Para alterar o pano de fundo!



Ricardo Matos



Para que todos nós possamos pensar melhor na maneira como agimos e estamos dispostos todos os dias para a nossa vida!

Pensem nisso!


sábado, 8 de março de 2008

Dia da Mulher


8 de Março, um dia que é vosso!

Distinção, sem dúvida, merecida

Pois acalentam tudo o que é nosso

E paixão como a vossa não há parecida!


Seja feita justiça

Pois tudo por nós elas dão!

Nós? Temos por vezes preguiça

De ir apenas ao pão!


O que é que elas fazem?

Lavam, aspiram, compram …

E também alegria nos trazem …

E também muito nos aturam!


É delas, das mulheres,

Que dizemos que nada mandam!

Desprezamos estes tão belos seres

Que atrás de si todos andam!


Impõem regras,

São as melhores justiceiras,

Mas também armam guerras

Quando ao seu lado são parceiras!


Parabéns por este dia

Que, afinal, vos é bem dedicado!

Não havia outro ser que o merecia

Por não haver um tão delicado!


Ricardo Matos



Dedico-o a todas as mulheres por merecerem sem dúvida por todos os motivos e mais algum!

A todas aquelas que fazem e fizeram parte da minha vida, tomando cada uma o seu papel, como mãe, tia, prima, amiga ... Obrigado por me abrirem os olhos em certos momentos e por me apoiarem!


Há também aquelas que me prejudicam ou prejudicaram em certos momentos, mas a elas um OBRIGADO, também, por fazerem de mim uma pessoa mais alerta para os problemas do mundo e me obrigarem a tomar certas medidas das quais não me arrependo!

sábado, 1 de março de 2008

Almas Gémeas


Todos nós a nossa alma gémea temos,

Mas muitos nunca por isso conta demos!

Sei de dois que assim o eram

Mas nunca, nunca se encontraram!


Camões a várias mulheres cantou,

Pessoa com nenhuma casou!

Quatro séculos os separam,

Mas juntos por suas obras ficaram!


São estes dois grandes homens

Que merecem as nossas homenagens!

Almas gémeas os devemos considerar

E as suas obras admirar!


Escreveram por um país,

Que ao pé de muitos é petiz!

Mas sempre esta causa amaram

E por todos nós eles cantaram!


Vamos heróis voltar a ser

E Portugal fazer vencer,

Honrando estes que História fizeram

E o nosso país para sempre perpetuaram!


Ricardo Matos



Dedico este poema aos GRANDES poetas Luíz Vaz de Camões e Fernando Pessoa

sábado, 23 de fevereiro de 2008

D. Afonso, “O Desejado”


Com Afonso começou,

O Henriques que cavalgou

Para um novo país formar:

Este jardim à beira-mar.


Vários séculos se passaram

E muitas coisas aconteceram,

Numa história que agora vê

Mais um Afonso à sua mercê!


De todos os 6 da realeza

Nenhum foi “O Desejado”, de certeza,

Mas este recém-chegado

Assim pode ser designado!


Todos estávamos ansiosos,

Inquietos e desejosos

De receber no coração

O primeiro da nova geração.


Bem-vindo ao nosso reino

No qual terás o teu treino

Para uma boa formação

E como nós abrires o coração!


Numa família receptiva,

Amorosa e muito activa

Tiveste o privilégio de entrar!

Assim serás, basta aguardar …



Ricardo Matos

Quero dedicar especialmente este poema ao meu priminho que acabou de nascer e desejar-lhe tudo de bom para toda a sua vida!

Ah! PARABÉNS papás!

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Deambulando


Vagueia … deambula …

Leva a vida de mansinho

E aprecia que a gula

Trama até o mais pequenino.


Ziguezagueia entre os lampiões

Nas ruas nocturnas da cidade

E com olhos como os dos felinos leões

Aprecia tudo de todas as idades!


Há ruas com clareiras,

Outras mergulham na escuridão

E sentes-te como no jogo das cadeiras:

Ou te sentas ou cais ao chão.


É assim levada a vida

Sempre cheia de incertezas

Com bilhete de ida,

Mas de volta não tens certezas.


Deixa-te então deambular,

Mas sempre com muita atenção

Para ninguém te enganar

E ficares com má sensação.


Podem a algo dizer que não,

Ou: “Deixa para lá, ele(a) que faça!”

Mas o ditado diz, então:

“Os cães ladram e a caravana passa”.


Ao longo da vida tu mesmo deves ser

E não permitas nenhuma intromissão!

Com coragem tudo podes vencer,

Basta um pouco de ambição!



Ricardo Matos



Todos nós temos diversas pessoas ao nosso lado ao longo da vida ... Contudo, devemos ter alguns momentos só para nós para reflectirmos sobre o que se passa connosco e o que melhor fazer para resolver este ou aquele problema!

O máximo, na minha opinião, que devemos permitir é receber opiniões e nunca deixar ninguém decidir por nós!

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Céu cinzento


Mesmo com dias de céu cinzento

Batem leves as ondas do mar,

Sopra leve também o vento

E as gaivotas andam no ar.


Tudo está calmo:

A água, o movimento …

E ouve-se o salmo

Em prol de mais alento.


Sobe o mar

Reduz-se a areia.

As rochas submersas vão ficar

Aproxima-se a noite … ligas a candeia.


O Sol hoje da sua graça não dá ar.

Não lhe apetece?

A Lua também no céu não vai estar

E com a sua falta o homem adormece …


Ricardo Matos

Pois é, o céu pode estar por vezes cinzento, mas não é sempre significado de algo mau!

Esta postagem serve para chamar à atenção dos meus leitores que por vezes as coisas na nossa vida podem não transarecer ser o melhor que há; podem haver algumas núvens, mas há sempre algo bom e nunca é tudo mau!

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Um ano depois


Faz um ano neste dia

Que ao autocarro te levei

Querendo ser o teu guia

Pensando: “Para sempre te amarei!”


Um ano passou

E o teu amor não tive!

Afinal, nada mudou

Apenas uma memória revive.


Era bom aquele sentimento

Uma ânsia crescente

Que a cada momento

Inundava a minha mente.


Sabes o que contigo aprendi?

Que não devemos dar tudo sem receber.

Chegou ao Natal e logo vi

Que tudo o que fiz não conseguiste entender!


Sente-se revolta, raiva, insatisfação …

Sente-se impotência

Por não conseguir mudar aquele coração,

Não conseguir quebrar a tendência!


Para mim já tudo passou

E só fica um desejo:

Sei que nada mudou,

Mas é felicidade que quero ver e vejo!


Ricardo Matos



Neste poema descrevo uma grande paixão que tive que já terminou e, por infelicidade ou felicidade minha, sem resultados! Aprendi algumas coisas relativamente a reacções que temos e posturas que devemos adquirir e já sei os erros que não devo voltar a cometer!

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Viagem



Vem comigo …

Deixa-te levar pelo destino

E deixa-me a mim, teu amigo,

Mostrar-te o que sinto!


É forte!

Não dá para explicar.

Se o sentires tenho sorte,

Se não queres, tenho azar.


Junta-te a mim nesta viagem

Que reservei também para ti

E traz na tua bagagem

O pouco de ti que ainda não vi.


Vem e desinibe-te …

Mostra-me que o amor é uma arte

E diverte-te!

Embarca comigo e para esta viagem parte!



Ricardo Matos



Partir para a viagem do amor deve ser sem dúvida a melhor viagem que alguém pode fazer em toda a sua vida! Todas as outras são boas porque são meras paragens que fazemos na longa inicial! Vamoes aproveitar todos os BONS momentos e mais alguns que dela podemos extraír e não nos vamos desviar para o que é mau e por vezes mais fácil de realizar!
Agora, tirem todos o bilhete e embarque já no próximo voo!

Boa Viagem!

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Criança


Criança …

Esse ser tão irreverente

que alimenta sempre a esperança

de um futuro resplandecente!


Umas pobres, outras ricas,

mas todas elas brincam

com sorrisos, como ficas

quando os desejos te realizam.


São seres frontais

que tudo dizem na cara

sem ver se o fazem aos amigos ou pais

sem problemas de consciência.


Queres ser médico, engenheiro ou arquitecto,

mas tens sempre saudade da ânsia

que tinhas quando olhavas para o tecto

e sonhavas por seres criança …



Ricardo Matos



Que saudades de ser criança ... quando o tecto do meu quarto era o meu céu ao brincar com os meus brinquedos. Não o conseguia alcançar por ser tão alto! O que mais adorava era quando o meu pai pegava em mim e me elevava até lá e era como agora ao andar de avião que estou no céu!
Ser criança era realmente formidável ... sem preocupações, sem guerrilhas, sem chatices de grande impacto, enfim, iludido ... Pura ilusão da vida é o que temos quando o somos!

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Expresso da vida


Como um comboio que para longe viaja

As nossas vidas assim andam.

Umas vezes bem e rápido e dizemos: “bem-haja!”;

Outras devagar devido a problemas e dizemos: “raios partam!”


E este Expresso que poucas paragens admite

Não tem muitos condutores, não.

Há muita insegurança que a vida nos transmite,

Mas és tu que decides onde parar, em que estação.


Só uma paragem não é prevista …

A da morte!

Por vezes não é estação que temos em vista,

Mas um acidente que nos calha na sorte.


Quanto aos passageiros, muito variam:

Uns és tu que os escolhes,

Outros para no comboio entrar tudo dariam.

Falas alto para uns, para outros também te encolhes.


E aqueles que entram em andamento?

Uns têm a sorte de te conquistar,

Outros abalam com o teu relacionamento

E são esses que trazem o azar.


Outro ponto. Dois carris por decidir …

Aqui, se o comboio vai lento

Pensas melhor e boa manobra vais exibir.

Mas muitas vezes até corta o vento


E aí só tens que virar instintivamente.

Esquerda ou direita? É o que calhar!

E depois dizes que foi o destino, descontraidamente,

E o que acontecer é sorte ou azar.


E às vezes acontecem algumas coisas

Que não estavam muito previstas.

Porque “quando a gente pensa que sabe todas as respostas,

Vem a vida e muda todas as perguntas!”

Ricardo Matos


Bem, este Expresso é por vezes muito rápido! Tão rápido que quase nem nos apercebemos do que vivemos e quase nem gozamos e ... chegou o fim da linha! Temos então que gozar, equilibrando, claro, com as responsabilidades e tentar estar sempre atento, porque, quando menos esperamos, o fim chega!

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Estrelas Cadentes


Caem leve …

Muito leve …

E tudo brilha em sua volta

Quando andam à solta.


Umas fixas,

Bem fixas!,

E as outras com necessidade de andar

Partem e vão passear.


Estrelas não são!

Eu sei que não …

Mas assim são chamadas

E bem melhor ficam retratadas!


Embelezam a noite

Desenhando movimentos

Num céu estático e negro

Que nos assombra certos momentos.



Ricardo Matos

Noite



Com o céu estrelado

o mar torna-se negro

que é quando a lua chega

e o sol se põe em segredo.


A Natureza inspira minh’alma

para me ajudar a sossegar

quando o vento abranda

e acalma o mar.


O sol põe-se …

A lua ergue-se …

O mar fica negro

e o homem adormece …


Ricardo Matos

Esperança


Súbita esperança

rejuvenesce a alma.

Grande confiança

para encarar tudo com mais calma.


Tudo fica melhor

e o céu fica mais limpo

o sol fica sem nuvens em seu redor

e o homem fica mais tranquilo.


De um mundo desabado,

de uma vida sem sentido,

renasce um homem modificado

que encontra o seu abrigo…


Ricardo Matos



Pois é ... É à esperança que o Homem tem de se agarrar! e já diz o velho ditado que esta é sempre a última a morrer!
É a esperança que nos alimenta a vida. É a esperança de ter sempre algo melhor a cada dia que passa, de fazer algo melhor no nosso trabalho, de ter sempre uma notícia boa ou que as más sejam apenas um engano ...

Emfim ... Sem esperança não haveria hipótese de um ser humano, porque é racional, viver!

(A fotografia é do Cabo da Boa Esperança)

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Preconceitos



Tal como a lua

Põe-te clara e nua;
despida de preconceitos

Ó humanidade de defeitos!


És o primeiro a errar,

O primeiro a julgar

Sem aparentes certezas

Mas seguro de ti.


CALA-TE !

Observa o que fazes …

Não somos todos ases,

Mas concentra-te …


O que vês?

Também erras,

Também te enganas

E rosada fica tua tez …

Ricardo Matos



Sim todos temos algum preconceito! Não vale a pena negar! Temos é de fazer com que ele(s) não se faça(m) notar!

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Saudade de ti






Ouvi…

De seguida chorei!

Choro saudoso porque senti

que aquilo que ouvi

foi de sonho quando me deitei!

Sorrio…


Foi bom

porque ouvi a tua voz…

Com um leve som

de suave tom

que me faz lembrar-vos,

ó dona de meu coração!


Ouço…

De seguida choro!

Choro saudoso porque sinto

que aquilo que ouço

é de pensamento e coro!

Sorrio…


Ricardo Matos

Este poema faz-me lembrar dois poemas ... Um de Camões e outro de Ricardo Reis ... Será que sabem quais são? Será que vos transmite o mesmo?

Desejo


Desejo ser.

Desejo estar.

Desejo ter

e te amar.


Verbos bonitos

quando todos juntos,

mas são esquisitos

se não estão em conjunto.


Desejar não é tudo

Para te ter comigo,

mas no futuro

quero mesmo estar contigo.


Deseja ser.

Deseja estar.

Deseja ter

e me amar.


Volim te


Ricardo Matos

Poema e poeta


Poema é a alma

do poeta, traduzido

em poesia

como de um zumbido

fazer melodia.


A poesia colmata uma falha

que há dentro de si

ajudando o poeta

que trabalha também para ti

e para idade incerta.


A vida passa…

O poeta fica…

Em alma,

em escrita… que te acalma

ou te agita…


Ricardo Matos



Os poetas são seres eternos! Nos livros, na internet ... Quem não lê Fernando Pessoa? Quem não lê Camões? Nem que seja por obrigação na escola! Mas continua a haver quem compre os seus livros por prazer.
São esses seres ilustres que eu tanto admiro por através de um jogo de palavras fazendo rimas - pobres ou ricas - nos transmitem variadíssimas sensações!

Incertezas



Incertezas

Sois vós que nos assombram

Quando no nosso pensamento impurezas

Se levantam…


É de vós que o mundo é feito

E de vós a vida está repleta

E tudo se torna feio

Numa vida incompleta.


Poeiras assentam

Com uma calma aparente do vento.

O sol desponta, as plantas se alimentam

E já todos mostram algum alento.


Natureza que nos regula,

Natureza que nos constrói

E o homem com sua ‘gula’

É ele que vos destrói.


E assim seguimos incertos

Um caminho cheio de curvas

Com buracos bem abertos

Que se tornam nossas urnas.


Poeiras do pensamento

Prejudicam-te, ó Natureza,

Quando se levantam com o vento

Tudo à volta é incerteza…



Ricardo Matos

Este é mesmo só meu! Penso que este poema não traduz, única e exclusivamente, aquilo que eu penso que se passa no Mundo, mas aquilo que todos constatamos apesar de o título do blog ser "Vemos o que queremos ..."
Digo isto porque, apesar de vivermos o nosso dia-a-dia de rotina, nenhum de nós sabe o que se passa mesmo lá fora e estamos todos na expectativa do que este ou aquele político irá decidir, este ou aquele país vá fazer, esta ou aquela guerra vá rebentar ... o que nós próprios iremos ser e fazer!
Nós somos incerteza(s)!

Com Pessoa



“Ó mar salgado, quanto do teu sal

São lágrimas de” um ser normal!

Ser com forte sentimento

Que a trouxe sempre no pensamento!

Que sofreu por amar

E que sofreu contigo, “ó mar”!


“Valeu a pena? Tudo vale a pena

Se a alma não é pequena.”

Quem acredita em si e no que é capaz

E sabe que tudo por amor faz,

Segue o caminho que Deus lhe deu

Sabendo que em ti “espelhou o céu”.


Ricardo Matos

Bem, eu adoro poesia e gosto muito de 'Mensagem' de Fernando Pessoa. Espero que ele, esteja onde estiver, não se importe que tenha aproveitado um pouco dum dos seus poemas, logo este tão célebre ...
Espero que gostem...