quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Cantar amor


 


E assim seguiste a vida alegremente.
Sim. É pra ti que agora eu me dirijo
Pois em ti vejo um lábio sorridente.
Será pra ti na vida tudo rijo?

Pergunto o que eu quero ardentemente
Para uma vida cheia de sorriso,
Mas sei que lá no fundo, toda a gente
Tem também muita dor para além do riso.

A ti quero dizer que feliz sou
Ao ver-te aqui deste recanto meu
E assim te juro eu sigo pra onde vou

Mesmo se esse sorriso não for teu.
Mas quero sempre ser o teu cantor
Pra assim poder seguir cantar amor.



Ricardo Matos
(23-11-2012)

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Por sorte






Vai-se a vida, vem-se a morte
E penso no que se passa com a partida,
Pois é a morte que rima com sorte
E a vida que rima com ida.

Porque temos então tanto medo
Do único suposto certo azar?
O medo é mudo e quedo,
Encaremos a morte com bom ar.

Mas para que esta valha a pena
Pensemos antes em viver,
Para que a hora seja serena

No dia em que possamos morrer.
Os que ficarem não sintam dor forte,
Pensem antes que foi por sorte…



Ricardo Matos

sábado, 20 de outubro de 2012

Continuo aqui

Por mais que afastado esteja
Continuo ainda aqui.
Por mais que não te veja
Não consigo esquecer o que vi.

Vi-te linda e resplandecente
O que não me deixa apartar de ti.
Vi-te sempre surpreendente
E do amor, juro, não me eximi.

Só uma resposta é o que quero,
Pois ainda não te esqueci.
Não te pedi o impossível, espero
E já viste onde irei por ti.

O teu silêncio é para mim forte,
Perante o que já me disseste de ti,
Mas espero no fim encontrar a sorte
E o café prometido poder dizer que vivi.



Ricardo Matos

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Cicatrizes



“Cicatrizes,
São sinais de uma ferida
Que me trouxe nesta vida
O desejo de te amar.
Cicatrizes,
São lembranças de um passado
Do meu sonho tão amado
Onde eu ia naufragar.

Eu amava eternamente
Quem por mim amor não tinha
E me deixou pobrezinha                (BIS)
A viver na ilusão.
E por isso tristemente,
Mas dizendo a minha sorte,
A Deus peço por ter sorte
Que traga, portanto, a morte
Ao meu pobre coração.

Cicatrizes,
São ofensas, são queixumes
Dessas horas de ciúmes
Que eu por ti sempre passei.
Cicatrizes,
São as marcas doloridas
Dessas lágrimas sentidas
Que eu por ti sempre chorei.

Cicatrizes de uma vida
Cheias de angústia e tormento,
Mas levadas pelo tempo
Tem piedade no momento,
Penetrais no coração.
Cicatrizes de uma ferida,
Vós caís no esquecimento,
Mas levadas pelo tempo
Tem piedade pelo tormento
Que sofre meu coração.”



Autor desconhecido

Este poema é a letra de um fado que a minha avó ouvia quando era pequena. Este fado era cantado por um caixeiro viajante, como eram antigamente conhecidos os vendedores que andavam de terra em terra, quando ele ia a Alijó.
Desde então ela nunca esqueceu esta música que tem tanto de bela como de triste, mas que é realmente a tradução daquilo que muitos sentem... daquilo por que muitos passam.
Assim, posso dizer com toda a certeza que este poema foi escrito antes de 1935...

O Relógio

"Pára-me um tempo por dentro
passa-me um tempo por fora.

O tempo que foi constante
no meu contra tempo estar
passa-me agora adiante
como se fosse parar.
Por cada relógio certo
no tempo que sou agora
há um tempo descoberto
no tempo que se demora.

Fica-me o tempo por dentro
passa-me o tempo por fora."


José Carlos Ary dos Santos

domingo, 16 de setembro de 2012

Ser doido-alegre, que maior ventura!

"Ser doido-alegre, que maior ventura!
Morrer vivendo p'ra além da verdade.
É tão feliz quem goza tal loucura
Que nem na morte crê, que felicidade!

Encara, rindo, a vida que o tortura,
Sem ver na esmola, a falsa caridade,
Que bem no fundo é só vaidade pura,
Se acaso houver pureza na vaidade.

Já que não tenho, tal como preciso,
A felicidade que esse doido tem
De ver no purgatório um paraíso...

Direi, ao contemplar o seu sorriso,
Ai quem me dera ser doido também
P'ra suportar melhor quem tem juízo."


António Aleixo, in "Este Livro que Vos Deixo..."António Fernandes Aleixo nasceu em VilaReal de Sto. António a 18 de Fevereiro de 1899 e faleiceu em Loulé a 16 de Novembro de 1949, aos 50 anos.

Foi um poeta popular português
.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Viver a vida





Vai vida,
Anda, corre, salta e ri.
Tens bilhete só de ida
Por isso aproveita e sorri.
Tudo é só facilidades?
Não! Tu também vais cair!
Há por aí muitas maldades,
Mas tens mais é que te divertir!
Olha pra ti e vê-te bem…
Afinal no começo nada se tem
Por isso o que vier é só para ganhar,
Então levanta-te e toca a andar!
Sabes o que tu vais querer?
Chegar ao fim e valer a pena morrer.
Então, para isso acontecer,
Anda Vida … vamos viver!



Ricardo Matos

terça-feira, 28 de agosto de 2012

“Amor de Perdição”





Sabes? Eu Camilo não sou
E só vermelho eu vou ficar,
Pois irei logo ruborizar
Ao ver quem me encantou.

Espero que deste livro gostes
Que fala de difícil amor.
História linda, mas por favor,
Já assim não são por estas hostes.

Dá-me a tua opinião
Sobre esta linda história,
Que por tudo atingiu a glória.
Fala-me com o coração.



Ricardo Matos

Para P.