terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Estrelas Cadentes


Caem leve …

Muito leve …

E tudo brilha em sua volta

Quando andam à solta.


Umas fixas,

Bem fixas!,

E as outras com necessidade de andar

Partem e vão passear.


Estrelas não são!

Eu sei que não …

Mas assim são chamadas

E bem melhor ficam retratadas!


Embelezam a noite

Desenhando movimentos

Num céu estático e negro

Que nos assombra certos momentos.



Ricardo Matos

Noite



Com o céu estrelado

o mar torna-se negro

que é quando a lua chega

e o sol se põe em segredo.


A Natureza inspira minh’alma

para me ajudar a sossegar

quando o vento abranda

e acalma o mar.


O sol põe-se …

A lua ergue-se …

O mar fica negro

e o homem adormece …


Ricardo Matos

Esperança


Súbita esperança

rejuvenesce a alma.

Grande confiança

para encarar tudo com mais calma.


Tudo fica melhor

e o céu fica mais limpo

o sol fica sem nuvens em seu redor

e o homem fica mais tranquilo.


De um mundo desabado,

de uma vida sem sentido,

renasce um homem modificado

que encontra o seu abrigo…


Ricardo Matos



Pois é ... É à esperança que o Homem tem de se agarrar! e já diz o velho ditado que esta é sempre a última a morrer!
É a esperança que nos alimenta a vida. É a esperança de ter sempre algo melhor a cada dia que passa, de fazer algo melhor no nosso trabalho, de ter sempre uma notícia boa ou que as más sejam apenas um engano ...

Emfim ... Sem esperança não haveria hipótese de um ser humano, porque é racional, viver!

(A fotografia é do Cabo da Boa Esperança)

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Preconceitos



Tal como a lua

Põe-te clara e nua;
despida de preconceitos

Ó humanidade de defeitos!


És o primeiro a errar,

O primeiro a julgar

Sem aparentes certezas

Mas seguro de ti.


CALA-TE !

Observa o que fazes …

Não somos todos ases,

Mas concentra-te …


O que vês?

Também erras,

Também te enganas

E rosada fica tua tez …

Ricardo Matos



Sim todos temos algum preconceito! Não vale a pena negar! Temos é de fazer com que ele(s) não se faça(m) notar!

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Saudade de ti






Ouvi…

De seguida chorei!

Choro saudoso porque senti

que aquilo que ouvi

foi de sonho quando me deitei!

Sorrio…


Foi bom

porque ouvi a tua voz…

Com um leve som

de suave tom

que me faz lembrar-vos,

ó dona de meu coração!


Ouço…

De seguida choro!

Choro saudoso porque sinto

que aquilo que ouço

é de pensamento e coro!

Sorrio…


Ricardo Matos

Este poema faz-me lembrar dois poemas ... Um de Camões e outro de Ricardo Reis ... Será que sabem quais são? Será que vos transmite o mesmo?

Desejo


Desejo ser.

Desejo estar.

Desejo ter

e te amar.


Verbos bonitos

quando todos juntos,

mas são esquisitos

se não estão em conjunto.


Desejar não é tudo

Para te ter comigo,

mas no futuro

quero mesmo estar contigo.


Deseja ser.

Deseja estar.

Deseja ter

e me amar.


Volim te


Ricardo Matos

Poema e poeta


Poema é a alma

do poeta, traduzido

em poesia

como de um zumbido

fazer melodia.


A poesia colmata uma falha

que há dentro de si

ajudando o poeta

que trabalha também para ti

e para idade incerta.


A vida passa…

O poeta fica…

Em alma,

em escrita… que te acalma

ou te agita…


Ricardo Matos



Os poetas são seres eternos! Nos livros, na internet ... Quem não lê Fernando Pessoa? Quem não lê Camões? Nem que seja por obrigação na escola! Mas continua a haver quem compre os seus livros por prazer.
São esses seres ilustres que eu tanto admiro por através de um jogo de palavras fazendo rimas - pobres ou ricas - nos transmitem variadíssimas sensações!

Incertezas



Incertezas

Sois vós que nos assombram

Quando no nosso pensamento impurezas

Se levantam…


É de vós que o mundo é feito

E de vós a vida está repleta

E tudo se torna feio

Numa vida incompleta.


Poeiras assentam

Com uma calma aparente do vento.

O sol desponta, as plantas se alimentam

E já todos mostram algum alento.


Natureza que nos regula,

Natureza que nos constrói

E o homem com sua ‘gula’

É ele que vos destrói.


E assim seguimos incertos

Um caminho cheio de curvas

Com buracos bem abertos

Que se tornam nossas urnas.


Poeiras do pensamento

Prejudicam-te, ó Natureza,

Quando se levantam com o vento

Tudo à volta é incerteza…



Ricardo Matos

Este é mesmo só meu! Penso que este poema não traduz, única e exclusivamente, aquilo que eu penso que se passa no Mundo, mas aquilo que todos constatamos apesar de o título do blog ser "Vemos o que queremos ..."
Digo isto porque, apesar de vivermos o nosso dia-a-dia de rotina, nenhum de nós sabe o que se passa mesmo lá fora e estamos todos na expectativa do que este ou aquele político irá decidir, este ou aquele país vá fazer, esta ou aquela guerra vá rebentar ... o que nós próprios iremos ser e fazer!
Nós somos incerteza(s)!

Com Pessoa



“Ó mar salgado, quanto do teu sal

São lágrimas de” um ser normal!

Ser com forte sentimento

Que a trouxe sempre no pensamento!

Que sofreu por amar

E que sofreu contigo, “ó mar”!


“Valeu a pena? Tudo vale a pena

Se a alma não é pequena.”

Quem acredita em si e no que é capaz

E sabe que tudo por amor faz,

Segue o caminho que Deus lhe deu

Sabendo que em ti “espelhou o céu”.


Ricardo Matos

Bem, eu adoro poesia e gosto muito de 'Mensagem' de Fernando Pessoa. Espero que ele, esteja onde estiver, não se importe que tenha aproveitado um pouco dum dos seus poemas, logo este tão célebre ...
Espero que gostem...