quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Cicatrizes



“Cicatrizes,
São sinais de uma ferida
Que me trouxe nesta vida
O desejo de te amar.
Cicatrizes,
São lembranças de um passado
Do meu sonho tão amado
Onde eu ia naufragar.

Eu amava eternamente
Quem por mim amor não tinha
E me deixou pobrezinha                (BIS)
A viver na ilusão.
E por isso tristemente,
Mas dizendo a minha sorte,
A Deus peço por ter sorte
Que traga, portanto, a morte
Ao meu pobre coração.

Cicatrizes,
São ofensas, são queixumes
Dessas horas de ciúmes
Que eu por ti sempre passei.
Cicatrizes,
São as marcas doloridas
Dessas lágrimas sentidas
Que eu por ti sempre chorei.

Cicatrizes de uma vida
Cheias de angústia e tormento,
Mas levadas pelo tempo
Tem piedade no momento,
Penetrais no coração.
Cicatrizes de uma ferida,
Vós caís no esquecimento,
Mas levadas pelo tempo
Tem piedade pelo tormento
Que sofre meu coração.”



Autor desconhecido

Este poema é a letra de um fado que a minha avó ouvia quando era pequena. Este fado era cantado por um caixeiro viajante, como eram antigamente conhecidos os vendedores que andavam de terra em terra, quando ele ia a Alijó.
Desde então ela nunca esqueceu esta música que tem tanto de bela como de triste, mas que é realmente a tradução daquilo que muitos sentem... daquilo por que muitos passam.
Assim, posso dizer com toda a certeza que este poema foi escrito antes de 1935...

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