
Como um comboio que para longe viaja
As nossas vidas assim andam.
Umas vezes bem e rápido e dizemos: “bem-haja!”;
Outras devagar devido a problemas e dizemos: “raios partam!”
E este Expresso que poucas paragens admite
Não tem muitos condutores, não.
Há muita insegurança que a vida nos transmite,
Mas és tu que decides onde parar, em que estação.
Só uma paragem não é prevista …
A da morte!
Por vezes não é estação que temos em vista,
Mas um acidente que nos calha na sorte.
Quanto aos passageiros, muito variam:
Uns és tu que os escolhes,
Outros para no comboio entrar tudo dariam.
Falas alto para uns, para outros também te encolhes.
E aqueles que entram em andamento?
Uns têm a sorte de te conquistar,
Outros abalam com o teu relacionamento
E são esses que trazem o azar.
Outro ponto. Dois carris por decidir …
Aqui, se o comboio vai lento
Pensas melhor e boa manobra vais exibir.
Mas muitas vezes até corta o vento
E aí só tens que virar instintivamente.
Esquerda ou direita? É o que calhar!
E depois dizes que foi o destino, descontraidamente,
E o que acontecer é sorte ou azar.
E às vezes acontecem algumas coisas
Que não estavam muito previstas.
Porque “quando a gente pensa que sabe todas as respostas,
Vem a vida e muda todas as perguntas!”
Ricardo Matos
Bem, este Expresso é por vezes muito rápido! Tão rápido que quase nem nos apercebemos do que vivemos e quase nem gozamos e ... chegou o fim da linha! Temos então que gozar, equilibrando, claro, com as responsabilidades e tentar estar sempre atento, porque, quando menos esperamos, o fim chega!